O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq) tem evidenciado a baixa lucratividade no setor agropecuário em 2023, o que traz, com uma certa urgência, a necessidade de estratégias diferenciadas para enfrentar os desafios no setor.
Nesse contexto, a inteligência de mercado e a análise de risco desempenham papéis fundamentais, uma vez que permitem a compreensão dos padrões passados e a antecipação de cenários futuros, possibilitando a reação imediata aos cenários adversos.
É essencial ressaltar também o poder competitivo que as empresas alcançam ao adotarem uma cultura centrada na coleta e análise de dados, tão quanto a utilização de Inteligência Artificial.
Assim, a compreensão das tendências econômicas e a utilização de ferramentas com foco em inteligência e antecipação de cenários com alto risco de perda emergem como elementos cruciais para a sustentabilidade e competitividade das empresas do agronegócio em períodos de baixa lucratividade.
Fica mais claro a partir daqui que essas ferramentas podem fazer a diferença em momentos de crise, mas será que essas empresas estão maduras o suficiente para esse processo?
Fatores que influenciam a Baixa Lucratividade
A lucratividade do setor agro em 2023 foi impactada negativamente, com uma margem de lucro menor em comparação com 2022. Esse cenário foi principalmente influenciado, conforme a CEPEA, por fatores como:
Volatilidade de preços das comodities
A queda nos preços das commodities agrícolas, além de impactar na lucratividade, também contribui para a diminuição da produção. A cautela por parte dos produtores diante da perspectiva de margens apertadas e incertezas em relação ao mercado é um fator importante que explica esse cenário.
Oscilações dos preços agrícolas
Já a oscilação dos preços agrícolas é um risco que sempre existiu, algo muito comum no setor e acompanha uma sazonalidade recorrente, mas a crise financeira mundial agravou essa realidade.
Oscilações cambiais
O câmbio afeta os preços das commodities, as matérias-primas agrícolas, minerais e ambientais produzidas em larga escala e utilizadas ao redor do mundo.
Crédito
A disponibilidade de crédito também é um fator importante, pois a análise de crédito auxilia na avaliação da capacidade de endividamento, na identificação de fontes de financiamento e na mitigação de riscos de inadimplência.
Analisar esses fatores é uma forma de primeiro entender o que houve e antecipar o que está por vir.
Vamos entender no próximo tópico como a inteligência de mercado e análise de risco podem ser ferramentas imprescindíveis para a preparação de uma empresa frente ao cenário de 2024.
Importância da Inteligência de Mercado e Análise de Risco
No agronegócio, ferramentas podem ser mais que uma vantagem competitiva, mas sim cruciais para enfrentar crises futuras. Após a coleta e análise de dados, o próximo passo é a implementação de inteligência de mercado e análise de risco.
Essas ferramentas oferecem uma visão abrangente do ambiente de negócios, fornecendo informações estratégicas cruciais sobre o mercado, a concorrência, as tendências, a demanda e a oferta, uma vez que elas não somente analisam os dados internos da empresa, mas também analisam o panorama econômico, incorporando dados de mercado.
Essa abordagem proativa capacita as organizações a tomar decisões informadas, gerenciando eficientemente os riscos decorrentes da volatilidade de preços, oscilações cambiais e condições climáticas imprevisíveis.
Ao integrar inteligência de mercado e análise de risco em suas estratégias, as empresas do agronegócio se tornam mais bem preparadas para enfrentar desafios futuros e garantir sua resiliência no mercado.
Entendemos até aqui que o primeiro passo para se implementar ferramentas de inteligência de mercado e análise de risco seria a etapa de coleta e análise de dados ou o aperfeiçoamento dessa etapa inicialmente.
Todavia, como está o cenário de maturidade digital ligado ao uso de dados pelas empresas do Agro? Veremos no próximo tópico.
Maturidade do Agro em relação à utilização de dados
Um estudo do Índice Transformação Digital Brasil 2023, realizado pela PwC em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), destaca um cenário de transição no agronegócio rumo à utilização de dados para decisões estratégicas.
Segundo a análise, 52,4% das empresas estão em estágio básico de maturidade digital, enquanto 25,2% são 'otimizadoras' e 22,3% 'visionárias'.
Esses números revelam que, apesar dos avanços na implementação de tecnologias e ferramentas analíticas, ainda há um grande potencial a ser explorado para impulsionar a performance e competitividade no setor.
Diante desse panorama, é crucial que as empresas do agronegócio invistam na transformação digital e na adoção de práticas baseadas em dados.
A análise criteriosa dessas informações pode oferecer insights valiosos para decisões mais fundamentadas e eficazes, impulsionando o crescimento sustentável e a inovação no cenário agropecuário brasileiro.
Com isso, é possível aproveitar ao máximo o potencial dos dados para otimizar tanto as operações quanto as estratégias, garantindo uma posição de destaque no mercado.
Essa abordagem data-driven não apenas aumenta a eficiência operacional das empresas, mas também as capacita a enfrentar os desafios do mercado com maior confiança e assertividade.
Ao priorizar a transformação digital e o uso inteligente dos dados, o agronegócio brasileiro pode prosperar ainda mais e se manter na vanguarda da inovação no setor.
Um dos casos dentro do contexto do uso de dados para superar adversidades foi o caso de uma empresa de logística agro que enfrentava desafios na previsão de produção, exportação, consumo e estoque, essenciais para suas decisões estratégicas.
Para solucionar isso, a empresa adotou uma nova plataforma de monitoramento de vendas e market share.
A implementação dessa ferramenta personalizada pela 4intelligence agilizou e aprimorou a tomada de decisões. Com projeções mais precisas, a empresa viu um impacto direto em seu lucro, impulsionado pelo aumento no volume de carga transportada.
Em números, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) saltou para R$ 563,7 milhões, um aumento significativo em relação a 2020.
Além disso, o total de cargas transportadas cresceu 10% em 2021, atingindo 11,1 milhões de toneladas.
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